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foto:divulgação

O empresário Flávio Rocha, leia-se CEO das Confecções Guararapes, botou ontem (21) seu bloco de empregados na rua para protestar contra o Ministério Público do Trabalho (MPT). Cheios de entusiasmo e indignação, os manifestantes dizem perseguidos e injustiçados pelo órgão.

A peleja está centrada na cobrança de multa no valor de R$ 38 milhões aplicada contra as oficinas de Costuras que atuam no Programa Pró-Sertão, menina dos olhos do deputado federal Rogério Marinho, relator da nova e discutida lei Trabalhista brasileira. 

É claro que os empregos gerados no interior do nosso estado é um assunto de toda sociedade, e o modelo do programa Pró-Sertão pode ser interessante como fonte de desenvolvimento e distribuição de renda.

Como o Grupo Guararapes é o principal incentivador e um dos beneficiados pelo Programa, parceiro e consultor das chamadas "facções", Oficinas de Costuras,  a punição  também pesa sobre o grupo têxtil, solidariamente.

Não se entendeu, entretanto, a reação do empresário Flávio Rocha. Montado em uma boa estratégia de marketing, FR armou seus discípulos, "acelera Dória!", argumentando que a multa iria inviabilizar os três mil empregos, acho que o número é esse, no sertão do Rio Grande, castigado com seis anos de seca nas costas. Além disso, brada e ameaça ir "plantar em outras terras" .

Aliado ao discurso do "vou deixá-los", a estratégia também se voltou contra a procuradora do MPT que aplicou a punição.  A procuradora  foi desclassificada e acusada de perseguir o Grupo Guararapes, além de atuar contra os "empregos" dos potiguares.

O estrago estava feito!

Tardiamente, o MPT partiu na defesa de seus membros.
Chamado a Natal com urgência, o Presidente da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho, Angelo Fabiano da Silva Costa, que concedeu entrevistas e publicou nota expondo as veias e as mazelas das chamadas facções.  


Aqui fica registrado a lição do promotor de justiça Fernando Vasconcelos em artigo..

"A situação de desemprego que assola o nosso Estado não pode ser aceita como justificativa para se negar direitos básicos aos trabalhadores, parte mais fraca da balança, ainda mais em um programa bancado, em parte, com recursos públicos. 
O trabalhador, pela necessidade, pode até se submeter a essa mitigação de direitos, mas o Estado, através de suas instituições, jamais pode aceitar tal situação. Tem de agir."

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