A ave foi resgatada e encaminhada para o Centro de Reabilitação de Fauna Marinha do Projeto Cetáceos da Costa Branca – Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (PCCB-UERN), localizado em Areia Branca, no Rio Grande do Norte, para ser submetido a tratamento veterinário especializado e ser devolvido à natureza.
Assim que a ave marinha deu
entrada ao Centro de Reabilitação (PCCB-UERN) deu-se início a uma detalhada e
minuciosa avaliação física e investigação clínica do animal, a fim de
determinar as causas que motivaram a debilidade de saúde e limitação do voo.
Após exame verificou-se que o albatroz-de-nariz-amarelo tinha todas as penas de
uma das asas cortadas, propositalmente, responsável pela incapacidade de voo e
vulnerabilidade clínica. A espécie em questão tem total dependência das penas,
seja para auxiliar na termorregulação ou para desenvolver seus comportamentos
instintivos com excelência. O albatroz-de-nariz-amarelo é capaz de mergulhar
até um metro de profundidade para obter seus alimentos (lulas, peixes e alguns
crustáceos), que também podem ser capturados através de voos rente à superfície
no mar. Entretanto, para isso, é essencial a integridade total de suas penas,
além de satisfatória condição clínica e física. Por essa razão, além de todo
protocolo terapêutico veterinário instituído, a equipe técnica do Projeto
Cetáceos da Costa Branca teve cuidados e preocupação em restabelecer a condição
das penas do animal. Foi necessário a realização do procedimento conhecido como
(feather imping) ou implante de
penas, técnica muito pouco difundida no Brasil e raramente relatadas em aves
marinhas. Para ser possível a execução da atividade, diversos gansos domésticos
foram selecionados e utilizados como doadores de penas, sendo as penas
escolhidas uma a uma para que todos os requisitos desejados e necessários
fossem criteriosamente cumpridos, quanto à forma e tamanho, por exemplo.
Após a implantação das penas,
recondicionamento físico e restabelecimento clínico, o
albatroz-de-nariz-amarelo pode ser devolvido e solto à natureza.