Por Carmélio Dias — Rio de Janeiro
A justificativa, de acordo com a nota, é a “constatação de aumento moderado e progressivo de casos positivos diagnosticados” pelo Núcleo de Enfrentamento e Estudos em Doenças Infecciosas Emergentes e Reemergentes (Needier) e a “preocupação com uma nova onda de Covid-19, fato já constatado em outros países”.
Os dados analisados pelo Needier/UFRJ que serviram de base para a nota referem-se aos últimos três meses. Entre 17 de maio e 16 de junho foram 110 testes com quatro casos positivos, o equivalente a 3,6% do total. No período seguinte — de 17 de junho a 16 de julho — houve 72 pessoas testadas com cinco casos positivos, ou 6,9%. Já no intervalo entre 17 de julho e esta quarta-feira foram 86 testes feitos com 11 resultados positivos: 12,7%. De acordo com o núcleo, a procura pela testagem vem diminuindo sensivelmente nos últimos meses o que explicaria "o menor número absoluto de casos testados". Os técnicos ressaltam, no entanto que com a "análise da proporção de casos positivos entre os testados (demanda espontânea) é facilmente perceptível o aumento progressivo da incidência de casos de Covid-19".
Entre as razões que explicariam, segundo a UFRJ, a baixa na procura pela realização de testes estão a menor preocupação com a Covid, diante de uma percepção geral de que "o problema acabou" e o aumento da utilização de autoteste que tem menor acurácia. Para a universidade esses fatores são um sinal de que "podemos estar subestimando o crescimento de casos".
De acordo com dados disponíveis no Painel Rio COVID-19 da prefeitura do Rio havia, na noite desta quarta-feira, oito pessoas internadas com Covid-19. A média móvel de sete dias, divulgada na terça-feira, era de 20 casos confirmados na capital. Para Daniel Soranz, secretário municipal de Saúde do Rio, não há qualquer alteração atípica detectada em relação ao comportamento do vírus na cidade.
— A orientação é realizar a dose de reforço com a vacina bivalente para todos acima de 12 anos, recomendamos à UFRJ conferir a situação vacinal do corpo social — disse Soranz.
No painel do governo do estado que monitora e divulga os números da doença, constavam 300 casos em todo o estado, registrados entre 6 e 12 de agosto — período que equivale à 32ª semana epidemiológica, conforme calendário adotado pelo Ministério da Saúde.
Não há informação conhecida sobre a circulação, no Brasil, de novas variantes do vírus que têm preocupado países como a Inglaterra, por exemplo. Cientistas na ingleses estão orientando que as pessoas voltem a usar máscaras, em meio a uma preocupante "mutação" da variante da Covid-19. Entre essas há a subvariante Eris, da Ômicron e uma nova subcepa chamada de 'BA.6'.
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