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 Tô em casa
 
por/ Khrystal Saraiva

Botei um feijão no bucho, que a fome tava grande, mas estava doida para sentar no computador e teclar meus sentimentos. Vamos lá:

A primeira coisa que eu quero dizer é que eu agradeço tudo de bom que aconteceu comigo no programa.

Claudia Leitte, essa galega, lutou por mim até onde ela pode e isso eu não esquecerei nunca.

Foi a única que eu senti que queria me ajudar mesmo. Só cantei "A carne" porque ela abriu os caminhos.

Obrigada, obrigada mil vezes.

E peço desculpas a você, Cláudia, pela falta de jeito na hora de sair do palco.

A coxia de um programa desses ao vivo é o verdadeiro inferno. Você, mais que ninguém, sabe disso: é grito, é tensão, gente passando pra lá e pra cá.

Recebi a orientação de deixar o palco assim que Titi agradecesse aos que não tinham ficado, porque o cenário do próximo participante tinha de ser montado e tudo tinha que ser feito no tempo do comercial. Somado a isso, minha surpresa e minha tristeza.

Fiquei meio desorientada. Claro que eu fiquei triste. Quem danado gosta de perder? Mas não fiquei triste com você, logo com você... de jeito nenhum!

Não saí andando porque estava com raiva de você ou porque queria que todo mundo fosse para aquele canto: de jeito nenhum! Aquilo é um jogo e eu entrei sabendo disso.

Imaginava nunca, pelo tempo que corria louco ali, que você fosse chegar no palco para nos cumprimentar. Na cabeça de quem "mexe nas peças", tanto eu quanto você, Cláudia, a cada um, dada a devida proporção, tinha um papel para cumprir. Eu entendo isso demais. Trata-se de um programa de TV.

Eu quero é que você saiba que eu lhe sou muito grata.

Você me proporcionou o momento mais bonito de minha passagem pelo The Voice. Fiquei feliz demais com essa chance que você me deu.

Desculpe de novo: foi só um momento infeliz. Eu que sou lesa e saí desorientada querendo chegar no camarim logo, porque eu já estava chorando muito por dentro.

Você mora no meu coração e quando eu falo de The Voice comigo mesma, é você a pessoa que me vem à cabeça. Linda, poderosa e muito gente fina.

Agora, vamos falar da música.

Quando a base chegou no meu e-mail um dia antes de viajar, eu já sabia que era para me tirar.

Depois de cantar "A carne", o que danado eu ia fazer com "Lamento Sertanejo"? Uma música belíssima, mas triste pra danado para aquela ocasião.

Quem "mexeu na peça" e me impôs a canção, sabia o que estava fazendo e eu senti o cheiro foi na hora.

Comentei com todos de minha intimidade: eu já estava fora, ficou evidente pra mim.

Mas tentei fazer o meu melhor, que não foi suficiente para continuar. Fazer o quê?

Agora, eu quero agradecer de novo: ao público que me ajudou tanto, votando, gastando seus créditos contadinhos, meu Deus!, foi lindo, lindo, lindo! Chorei muito com esses gestos de apoio, a Nêga Véia: foi tampa!

Trabalho para quem gosta do que eu faço. Esses é que me interessam. O resto, o nome já diz tudo. Eu sou só gratidão a esse público que ficou do meu lado até o fim.

Agradecer a equipe do programa: que povo massa! Figurinistas, maquiadores, a mulher do café, o povo que faz a limpeza, carregadores, câmeras: ô, povo arretado! Meu carinho especial para Lúcia Dadário e Valéria: amores.

Agradecer a meu marido, Zé Dias, que segurou a onda, cuidando da casa, das crianças, das contas e de me manter tranquila pra enfrentar tudo o que passei. Você não existe, Zé!

Agradecer a minha família, meus filhos, que assistiram aos programas sempre chorando e inteiros nessa energia que só os filhos passam para os pais. Não tenho palavras.

Minhas sobrinhas, irmãos, meus pais... Ai, ai, ai! Guenta coração! Vocês, a melhor família que eu podia ter. É amor para mais de metro!

Agradecer a Cris Simon, que abriu os caminhos para que eu pudesse passar... Você foi o ouro disso tudo, minha irmã! Sem você, nada disso tinha acontecido: fundamental!

Agradecer aos meus amigos Simona Talma, Luiz Gadelha, Pedro Andrade e Quitéria Kelly, perto ou longe, nossa energia é uma só. Sempre foi e sempre será. Eu amo vocês e tenho orgulho de ser amiga dos senhores. Sintam meu beijo nos pés de cada um.

Dizer que apesar de estar tristinha, tem o meu lado que está contente pra danado, porque aconteceu muita coisa boa nesse tempo. Gente que nunca me viu na vida, expressando-se nas redes sociais, dizendo que gostou do que ouviu. Gente que conheceu meu disco e gostou e que hoje acompanha meu trabalho com interesse e respeito legítimos. Não tem dinheiro que pague isso!

Saí dessa experiência com muitos ganhos pessoais.

Sinto que mudei. Como pessoa, mesmo. Hoje, mais que nunca, me sinto muuuuuuuito pequena diante da vida, diante das pessoas: sou um grão de areia nesse mundão de meu Deus. Não que antes eu me achasse a mega foda, mas hoje eu sou mais consciente da vida lá fora. O meu respeito pelos outros aumentou ainda mais e eu estou aqui, mais do que nunca, para aprender.

Aqueles cantores maravilhosos, suas histórias, seus métodos de trabalho, suas visões do mundo me ensinaram muito, muito, muito. Inesquecível!

E é isso.

Entrei sem querer mal a ninguém e saí do mesminho jeito. Foi uma experiência bonita e agradeço a todos os colegas que me incentivaram a dizer sim para isso tudo.

Para terminar, aconselho meus colegas cantores a participarem do programa ano que vem. É uma experiência muito válida por vários motivos. Se tiver coragem de se expor (porque é para o bem e para o mal), não pense duas vezes. Eu digo: Vá!

Obrigada, meu Deus!

Minha fé no Senhor não se abala nem por um segundo.

É por isso que eu aguento tudo. Porque seu amor e misericórdia são infinitos e eu te louvo. Com força!

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