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O governo do estado divulgou uma Nota Técnica com as medidas de precaução e orientações a respeito do novo coronavírus, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Equipes da saúde estadual, com apoio da UFRN, elaboraram um Protocolo Clínico para Manejo de Pacientes com 2019-nCOV para ajudar as equipes e unidades de saúde a agirem, caso o vírus chegue ao RN.


Anastácia Vaz_1
médico infectologista André Prudente


O hospital de referência do Estado para esse atendimento é o Giselda Trigueiro, atualmente dirigido pelo médico infectologista André Prudente, professor do Departamento de Infectologia da UFRN. Ele, assim como o próprio Departamento de Infectologia da UFRN, participou diretamente da elaboração desse protocolo.

O documento, que também segue padrões internacionais, traz, didaticamente, orientações para a classificação de casos, critérios de internação, medidas de prevenção e controle no ambiente hospitalar. Ainda explica sobre coleta de amostras para exames, além de medidas terapêuticas que podem ser adotadas pelas equipes de saúde.

Giselda se prepara para receber infectados  

Na possibilidade de aparecer algum caso, o hospital recebe os pacientes, faz a coleta das amostras através das vias aéreas – similar como é feito com a Influenza –, e as envia para o Laboratório Central de Saúde Pública do RN (Lacen). De lá, essas amostras são encaminhadas para o Instituto Evandro Chagas, em Belém do Pará, ou para algum dos outros dois laboratórios de referência nacional: Oswaldo Cruz (RJ) e Adolfo Lutz (SP), que estão equipados para realizar o isolamento do vírus. Na China, esse tipo de exame demora seis dias, no Brasil estima-se o mesmo tempo.

André Prudente alerta que a situação é séria e requer preparação, mas disse também estar preocupado com a lotação do Hospital Giselda Trigueiro por outras doenças. “A gente tem epidemias de HIV e tuberculose, que são duas doenças que só internam neste hospital, e há uma possibilidade de epidemia de dengue já anunciada pelo Ministério da Saúde. Então, isso preocupa. O pensamento agora é criar vagas e abrir leitos para receber possível população acometida pelo coronavírus”.

Convocação geral 

Por isso, a professora Selma Jerônimo chama atenção para que todos os hospitais, públicos e privados, se preparem. “Precisamos de um esforço de todos os profissionais da saúde”. Como não existe uma vacina ainda contra esse novo coronavírus, o tratamento é, basicamente, de suporte. Ou seja, a pessoa pode piorar porque a pressão baixa, tem sangramentos ou dificuldade de respirar. O suporte atua no combate dessas manifestações.

A principal preocupação em relação ao coronavírus, segundo André Prudente, é que se trata de um novo vírus. “Quando sabemos todo o comportamento do vírus e da doença é mais fácil fazer um programa de prevenção, educação e tratamento. Como é novo, estamos nos baseando nos outros coronavírus que tivemos no passado, mas não necessariamente significa o mesmo mecanismo de transmissão, e isso dificulta bastante. Como não se sabe muito bem ainda a forma de se transmitir, a maneira de se prevenir fica prejudicada”, acrescenta.

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