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O Rio Grande do Norte se despediu, nesta quarta-feira (25), de um dos maiores ícones da política potiguar. O ex-deputado federal, estadual e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Antônio Câmara, faleceu em decorrência de um câncer, aos 83 anos de idade.


Natural de João Câmara, Antônio Câmara se formou em Direito pela UFRN e, logo após sua formatura, disputou e venceu a primeira eleição para deputado estadual, em 1966. Membro do MDB, partido de oposição ao regime militar, ele cumpriu quatro mandatos consecutivos no Legislativo potiguar, até ser eleito deputado federal, em 1982.


Em 25 de abril de 1984 votou a favor da emenda Dante de Oliveira, que previa o restabelecimento de eleições diretas para presidente da República já em novembro daquele ano. Derrotada a proposição, Antônio Câmara apoiou o candidato oposicionista, Tancredo Neves, na reunião do Colégio Eleitoral de 15 de janeiro de 1985. No pleito de novembro de 1986, foi eleito deputado federal constituinte pela legenda do PMDB, iniciando o mandato em 1º de fevereiro do ano seguinte. Presidiu o diretório estadual do partido no biênio 1987-1988.


Como deputado federal, votou contra o rompimento de relações diplomáticas com países que praticassem políticas de discriminação racial, a pena de morte, a limitação do direito de propriedade, a jornada semanal de 40 horas, a pluralidade sindical, a estatização do sistema financeiro. Em contrapartida, apoiou a proteção do emprego contra demissão sem justa causa, o turno ininterrupto de seis horas, o aviso prévio proporcional, a soberania popular, o voto aos 16 anos, o presidencialismo, a nacionalização do subsolo, o limite de 12% ao ano para os juros reais, a proibição do comércio de sangue, a desapropriação da propriedade produtiva. Com a promulgação da nova Carta Constitucional, em 5 de outubro de 1988, integrou-se aos trabalhos legislativos ordinários, deixando a Câmara em fevereiro de 1991, sem disputar reeleição.


Além de sua atuação no Parlamento, ele foi conselheiro do Tribunal de Contas do Rio Grande do Norte, onde presidiu a Primeira Câmara, em 1994; a Segunda Câmara, em 1995; e o próprio tribunal, em 1997-1998. Em 1999, foi indicado conselheiro corregedor, com mandato previsto até o ano 2000. Também ocupou o cargo de diretor do Departamento de Cooperativismo e Organização Rural (DCOR) e foi Promotor Adjunto no estado.


O ex-deputado deixa quatro filhos. Ainda não há a confirmação sobre local e horário de velório e sepultamento.

fonte: Tribuna do Norte

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