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Empresa responsável por auditoria admite não ter considerado em seu levantamento inserções que não constavam no plano de mídia


Por Malu Gaspar e Johanns Eller

26/10/2022 17h35 Atualizado há 10 minutos
O software usado para a produção do relatório apresentado pela campanha de Jair Bolsonaro ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na última terça-feira considerou que tinham deixado de ser exibidas uma série de inserções do presidente que, na realidade, foram veiculadas normalmente.

Os arquivos em áudio dessas propagandas com o registro da exibição nas rádios podem ser checados nos próprios arquivos disponibilizados pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria, ao TSE e ao público.

A incongruência foi identificada pelo engenheiro Miguel de Andrade Freitas, pesquisador do Centro de Pesquisas em Telecomunicações da PUC-Rio (CETUC/PUC-Rio).

Segundo um relatório produzido pelo pesquisador e já encaminhado ao gabinete do presidente do TSE, o ministro Alexandre de Moraes, só em uma rádio, a Bispa de Recife, foram encontradas nove inserções de Bolsonaro que a Audiency, firma contratada pela campanha, não contabilizou.

A incongruência foi identificada comparando as tabelas fornecidas pela Audiency com os áudios brutos da programação das rádios que fazem parte do material entregue pela própria campanha de Bolsonaro ao TSE.

O relatório da Audiency sobre as inserções da rádio Bispa afirmava que as peças de Bolsonaro para o dia 11 de outubro haviam sido exibidas apenas 13 vezes, quando as de Lula (PT) teriam sido veiculadas 33 vezes.

Depois de checar os áudios, porém, Freitas concluiu que na verdade as inserções do PL foram exibidas 22 vezes.

Procurada, a empresa alegou que as propagandas encontradas pelo pesquisador da PUC não foram consideradas porque não estavam o plano de mídia feito pelo PL, informado ao pool de emissoras e repassado ao TSE.


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