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Episódios diários de ataques criminosos reativaram a sensação de insegurança no Rio Grande do Norte, com grande potencial de gatilho para pessoas mentalmente mais fragilizadas. Mesmo com o controle da segurança restabelecido, é preciso atenção para identificar os efeitos sequenciais que a situação de risco extremo pode provocar.

De acordo com Adriana Melo, psicóloga do Hapvida NotreDame Intermédica, passar por experiências de atos violentos, mesmo que na condição de testemunha, causa ansiedade e pode iniciar o processo de desenvolvimento do Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT). Como explica ela, trata-se de um distúrbio caracterizado por um conjunto de manifestações físicas, psíquicas e emocionais que surge após eventos traumáticos.

“Quando a vítima se recorda do fato, ele revive o episódio, como se estivesse ocorrendo naquele momento e com a mesma sensação de dor e sofrimento que o agente estressor provocou. Essa recordação, conhecida como revivescência, desencadeia alterações neurofisiológicas e mentais”, afirma a profissional.

Adriana detalha que os sintomas podem se manifestar em qualquer faixa de idade e levar meses ou anos para aparecer. Ela ressalta ainda que esse tipo de transtorno é bastante prevalente e atinge cerca de 6,8% da população que, de alguma forma, esteve envolvida em situações como as ocorridas no RN a partir do dia 14 de março.

“O diagnóstico é clínico e para realizar algo preciso, deve ser feito por um profissional especializado, seguindo os critérios estabelecidos pelo DSM-5-TR (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais)”, orienta ela.

Após o início do tratamento psicoterápico, a psicóloga do Hapvida diz que o indivíduo pode retomar a sua rotina, como trabalho, estudos e relacionamentos pessoais, com a superação dos eventos que ocasionaram o transtorno e o restabelecimento do prazer nas atividades cotidianas.

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