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Graças ao "emendismo", deputados federais ajudaram milhares de prefeitos a se reelegerem em 2024. Enviaram dezenas de bilhões de reais em verbas do orçamento da União para os municípios gastarem em saúde, estradas, construções e sabe-se lá onde.

O resultado foi uma taxa de reeleição recorde. Oito em cada dez prefeitos candidatos se reelegeram. Daqui a dois anos, será a vez de os prefeitos retribuírem a mãozinha, fazendo campanha para os parlamentares. 
Assim tem sido e assim será. É o efeito carona.

A peculiaridade da eleição de 2024 é que isso nunca foi tão forte. 

Os deputados e senadores bateram recorde de empenho de emendas ao orçamento federal antes da eleição. 

Foram nada menos do que R$ 73 bilhões na atual legislatura (2023 e 2024) e R$ 59 bilhões nos dois anos finais da anterior. Total: R$ 132 bilhões.

Nos quatro anos do ciclo eleitoral anterior, o valor empenhado pelos parlamentares do orçamento da União foi uma fração disso. Entre 2017 e 2020, o "emendismo" somou R$ 70 bilhões. Foi praticamente a metade do ciclo que terminou na semana passada.

Logo, os prefeitos reeleitos devem o dobro do que deviam aos padrinhos orçamentários. A dívida será paga, não resta dúvida. Se não pagarem, ficarão sem novas e bilionárias emendas nos próximos dois anos. 

É emendando que se recebe, todos sabem.

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