O Rio Grande do Norte avança na transição energética com o lançamento, nesta terça-feira (12), da primeira planta-piloto de hidrogênio renovável da Petrobras. A instalação será erguida na Usina Termelétrica do Vale do Açu, localizada em Alto do Rodrigues, com um investimento previsto de R$ 90 milhões. A expectativa é que as operações comecem no primeiro semestre de 2026.
Esse projeto utilizará energia solar para gerar hidrogênio de baixa emissão de carbono por meio do processo de eletrólise da água, que consiste na separação das moléculas de água através de corrente elétrica, resultando em hidrogênio e oxigênio. A usina fotovoltaica em Alto do Rodrigues terá uma capacidade de eletrólise de 2 MW.
A governadora Fátima Bezerra afirmou que a escolha do Rio Grande do Norte como sede do projeto está alinhada ao avanço do estado na regulamentação do novo combustível. Ela destacou o Projeto de Lei que estabelece o Marco Legal do Hidrogênio Verde no RN, ainda em tramitação na Assembleia Legislativa, que prevê incentivos fiscais e mecanismos para atração de empreendimentos.
“Essa instalação possibilita a produção em larga escala dessa fonte renovável, colocando o Rio Grande do Norte em posição competitiva na corrida pela energia do futuro. A Petrobras, ao investir no hidrogênio renovável no município de Alto do Rodrigues, demonstra que uma empresa pública pode e deve ser um motor de inovação e sustentabilidade”, disse a governadora.
O Rio Grande do Norte já é pioneiro no uso de hidrogênio com baixa emissão de carbono na indústria. Em agosto, um acordo entre o governo estadual, CPFL Energia e Mizu Cimentos foi firmado para a produção e fornecimento do combustível para uma fábrica de cimento no município de Baraúna.
A planta-piloto da Petrobras em Alto do Rodrigues será executada pela empresa WEG. Os estudos para o desenvolvimento da estrutura, realizados em parceria com o Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis (Senai ISI-ER), levaram cerca de dois anos.
Maurício Tolmasquim, diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, destacou que a nova estrutura será usada para pesquisas sobre o uso do hidrogênio e para geração de energia, reforçando o papel estratégico do projeto na descarbonização da companhia.
“O hidrogênio renovável desempenha hoje um papel central para o Brasil e para a Petrobras. Estamos confiantes de que tomamos a decisão certa e esperamos em breve ver a planta em pleno desenvolvimento”, afirmou.
Segundo Lilian Melo, gerente executiva do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras (CENPES), a planta-piloto fornecerá informações essenciais para o desenvolvimento do hidrogênio renovável. “Com ela, poderemos avaliar modelos de negócios, explorar a mistura de hidrogênio com gás natural e analisar o comportamento dessa composição”, explicou.
Rodrigo Mello, diretor do Senai ISI-ER, reforçou que o Rio Grande do Norte é um dos pontos mais competitivos para a instalação de uma nova cadeia de produção no setor de energia. Ele explicou que a localização em Alto do Rodrigues oferece vantagens adicionais: a presença de um gasoduto, uma subestação com capacidade de escoamento, além de uma infraestrutura para tratamento de água, essencial para a geração de hidrogênio.
“Esse projeto de pesquisa e desenvolvimento permitirá a criação de modelos de negócio, visando, numa segunda fase, decisões estratégicas para expansão comercial e, potencialmente, para a descarbonização da indústria”, complementou.
A cerimônia de lançamento ocorreu no auditório da Governadoria do Estado, em Natal, com a presença do secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Silvio Torquato; do secretário adjunto da mesma pasta, Hugo Fonseca; do secretário estadual de Infraestrutura, Gustavo Coelho; da presidente da Companhia Potiguar de Gás, Marina Mello; de Werner Farkat, diretor-geral do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema); do coronel Francisco Araújo, da Secretaria de Segurança Pública; de Adriano Oliveira, secretário-adjunto do Trabalho, Habitação e Assistência Social; e de Ivanilson Maia, secretário-adjunto do Gabinete Civil.
Também estiveram presentes o reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), professor José Daniel Diniz; Vilmar Pereira, vice-presidente da Federação das Indústrias do RN (FIERN); Rodrigo Mello, diretor do Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis; além de executivos da Petrobras, representantes do setor de energia e parceiros do projeto.