Foto: Ricardo Moraes/Reuters
O número de mortos na megaoperação policial realizada nesta terça-feira (29) nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, foi revisado após a divulgação de mais 64 corpos não contabilizados expostos por moradores das comunidades.
Inicialmente, o governo estadual havia informado a morte de 60 suspeitos e de quatro policiais durante os confrontos. Relatos de moradores e de organizações sociais, porém, indicam que o número real de vítimas pode ser significativamente maior, gerando questionamentos sobre a transparência e o controle da operação.
O secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, declarou nesta quarta-feira (30) que, “a princípio”, os corpos encontrados em praças públicas e outras áreas externas não estavam incluídos na contagem oficial. À tarde o número oficial de mortos foi atualizado para 132.
A megaoperação contou com cerca de 2,5 mil agentes das polícias Militar e Civil e teve como objetivo declarado enfrentar a atuação do Comando Vermelho nas comunidades. Durante a ação, foram apreendidas armas de grosso calibre, e várias áreas registraram intensos tiroteios, barricadas e suspensão de serviços públicos, como transporte coletivo e atividades escolares.
Especialistas e organizações de direitos humanos ressaltam a necessidade de investigações independentes para apurar os números e avaliar possíveis excessos cometidos durante a operação, que já é considerada a mais violenta já registrada no estado do Rio de Janeiro.
