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O filósofo e professor Pablo Capistrano levanta algumas questões interessantes sobre esse episódio com Dráuzio.
Opinião!!!!!

O caso do abraço do Dr. Drauzio na presidiária trans que violentou e matou uma criança diz algo muito signíficativo sobre o modo como lidamos com nossa própria sombra.

O que irritou as pessoas e preciptou a tempestade de bosta digital contra Dr. Drauzio e a TV Globo não foi o fato do médico ter abraçado o "monstro", mas o fato da reportagem ter despertado, em nós, empatia por esse "monstro".

Ora, se eu tenho empatia por Suzy (a presidiária trans) e me emociono com sua sua solidão é porque eu reconheço nela algo de semelhante a mim mesmo (esse é o conceito básico de empatia).

A solidão dela, é também a minha solidão. A humanidade que habita nela, é também a humanidade que habita em mim.

Então, quando eu sei que ela violentou e matou uma criança eu me assombro.

Como é possível que eu possa ter sentido compaixão por um "monstro"? Será que há em mim algo de monstruoso? Será que a sombra que ela carrega eu também carrego? Será que a humanidade que há em mim é a mesma humanidade que há nela?

Eu sou lançado em um paradoxo: a mesma criatura que me comove com a sua solidão me ofende profundamente com seu crime. O divino que há no sofrimento de Suzy se completa paradoxalmente com sua monstruosidade.

Para suportar esse paradoxo a gente faz um movimento defensivo em três etapas: 1. Desumaniza o assassino; 2. Odeia o médico e a TV que me jogou diante desse paradoxo; 3. Reafirma em público a nossa própria pureza moral e luminosidade imaculada emitindo nossa indignação digital

É preciso uma boa dose de Dostoiévski pra lidar de uma forma mais sincera com esse paradoxo.

No fim das contas, muito sem querer, o Dr. Drauzio Varela demonstrou que, é absolutamente banal ter empatia com os santos, mas que o divino mesmo, é ter compaixão pelos demônios.

Nesse ponto, Dr. Drauzio se mostrou bem maior do que já é.

Como é possível que a "maior nação cristã" do planeta não entenda isso?

Simples: porque o último cristão, morreu na cruz."



22 Comentários

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Carla disse…
Brava! Linda integridade...tamanha lucidez !
Ana disse…
Mais o próprio Jesus foi quem falou que em nós habita o bem e mal , que o pecado a tendência ao erro está dentro de nós e devemos lutar diariamente contra a carne que é má e ruim.
Depois vem Freud e diz que devemos controlar o inconsciente que se formos agir de acordo com ele faremos o que queremos ou seja o mal.
esse texto parte de duas premissas falsas: a primeira de medir todos os leitores que o lerem, com a própria régua; a segunda que eu irei sentir empatia por um presidiário
além dessas premissas extremamente falsas, usa uma FALÁCIA: que a humanidade reside em todos nós.
Não. Não. No assassino Suzy temos a demonstração de um MONSTRO SIM (sem aspas) que só teve sua suposta tristeza pela solidão despertada depois de cometer o crime bárbaro.
A definição de humanidade, é querer proximidade de seus iguais antes de que seus iguais se afastem. Esse assassino não prezou isso. Me recuso a ver nele um pingo de humanidade.
Não me assombra, pelo contrário, me tranquiliza saber que eu e as pessoas próximas a mim tem sua humanidade muito bem definida, coisa que Suzy não tem.
Que apodreça na cadeia e com solidão eterna!
Adriano disse…
Boa tarde! Tudo bem?

O texto que escreveu no caso do abraço do Dr., até mostra um certo grau de espiritualidade, mas só seria válido, se caso o ente perdido fosse seu ou do Dr., aí seria compreensível que o maior ato de compaixão é abraçar os demônios.

Quanto ao último Cristão já ter morrido na cruz, essa comparação nem devia ser feita, por estar se referindo a "JESUS CRISTO". Nós somos apenas pecadores aqui nessa dimensão buscando sempre aprender algo, mas muito longe, distante e impossível de ser comparado com JESUS CRISTO.

Forte abraço!
Jsantos disse…
discordo um pouco da amiga,
não a conheço e se um dia tiver esta oportunidade com certeza iria gostar de ter esta conversa pessoalmente. mas vamos aos fatos... até onde vi e acompanhei pela midia, avaliando os dois lados e a disculpas da Globo e do proprio DR. Drauzio(o qual sempre o admirei e contuarei admirando), nem o DR nem a rede Globo sabia dos atos deste rapaz, e não é por ser trans mas pelo que ele fez, pois se fosse uma mulher ou um homem o crime seria o mesmo. se pudesse perguntar ao DR antes da intrevista se ele sabia os atos deste rapaz, será que as perguntas seria as mesmas?, pois pelo que vi o DR não sabia. será que este rapaz se arrependeu pois ja o comparam até com pessoas santas que viviam na epoca de Jesus Cristo... Não sei nem se ele teria abraçado este rapaz se soubesse como medico que ele é se teria tido o mesmo sentimento que teve em vista a solidão do rapaz...
Anônimo disse…
Esse cristão a quem vc se refere, continua vivo! Somos todos maus se não estivermos com Deus. Só Deus é bom!
Unknown disse…
Maravilhosa a colocação da situação, fácil jugar nas redes e difícil aceitar quem somos na real.
Estamos vivendo num país com, completa e absoluta, inversão de valores!
O Drauzio e a Globo deram espaço e publicidade a uma pessoa repleta de antecedentes!
Uma pessoa que aos 12 anos já roubava, já havia abusado de uma criança de 03 anos e, nessa idade já fumava maconha. A família do garoto abusado foi atrás dele para mata-lo, aí ele fugiu para a casa de um irmão mais velho e tentou estuprar o sobrinho!
O menino que ele matou chamava-se Fábio, era vizinho da família, portanto conhecido pela família do garoto. Ele invadiu a casa, estuprou o garoto de 9 anos, fez sexo oral com o garoto, sexo anal com o garoto e, para não ser denunciado pela própria vítima, ele estrangulou o garoto, levou o corpo do garoto para a casa dele e manteve o corpo com ele durante 2 dias! Depois, com o corpo já em decomposição, ele colocou o corpo do garoto em um terreno próximo a casa da família, já desesperada e, cinicamente(!), falou com a mãe do Fábio que tinha encontrado o corpo dele! É dessa pessoa que você está falando!

A Globo e o Drauzio não são incompententes ao ponto de fazer uma matéria sobre um preso sem procurar saber a natureza do crime! E não é ético para um ser humano, participar de uma matéria que apoia um presidiário sem saber a natureza do crime. Muito menos para uma pessoa, com imagem pública jornalística reconhecida! Ou ele foi enganado pela equipe que preparou a matéria, ou pela empresa, ou então estava ciente do que ia fazer!

Pela nota que o Drauzio soltou, dizendo que ele é médico e não juiz, ele não foi enganado e concorda com a abordagem da matéria.

No Brasil, não temos prisão perpétua logo, um dia esse assassino volta ao convívio com a sociedade mas, a família nunca mais terá o seu filho de volta!

Lamentavelmente, ainda vem uma professora e realiza uma atividade propondo às crianças que façam cartinhas e enviem para esse monstro, crianças na mesma idade das vítimas!

Realmente uma completa e absoluta inversão de valores!
Ivaneti disse…
Colocação perfeita.
Anônimo disse…
Espero que com a mesma aspereza, tenha afirmado assim no caso do goleiro Bruno, que pela mídia televisiva, por empresários, pelos que se dizem cristãos, pelos políticos que se dizem evangélicos, os mesmos discursos e críticas a tal feito não foram execrados. Pelo contrário: teve times de futebol lhe oferecendo vaga como goleiro, teve coletiva de imprensa e diversos fãs tirando fotos em shopping, dizendo "ele já pagou sua pena". Você está certo quando textos e discursos contem falácias. Parabéns pela elucidação!
Anônimo disse…
Por quê não nos comparar com Jesus, se o mesmo se comparou a nós ao sofrer e morre como um homem? Você acha que na dizer de Cristo morreu para nos salvar é para ficarmos com a bunda sentada no sofá sem fazer nada? Se comparando a ele é possível seguir seu exemplo, pois ele foi 100% homem, não é essa a lógica do de seus ensinamentos?
Age disse…
Quem nunca entrou em um presídio não faz idéia do grau de desumanidade que lá impera. Aqueles divulgados pelo que chamamos de justiça humana, vivem o verdadeiro "inferno" terreno. Suzy o "monstro" está pagando caro pelo seu ato podem ter certeza. Caso não conheçam uma penitenciária brasileira, prefiram morrer ao invés de pisar em uma.
Bravo é deixar se levar pela mídia em todos os aspectos... O primeiro mandamento proferido por Moisés, dito ser uma ordem de Deus, seria não ter outros deus e nem idolatrar imagem nenhuma nem do céu, nem das águas e nem da terra... Outro mandamento seria não matarás...
Se não existisse a mídia, seriamos realmente tomados pelo senso comum, e iriamos não concordar com crueldade com inocentes, ou talvez tomados por qualquer bestielidade iriamos fazer sacrifícios humanos.
A mídia é uma carniceira da desgraça alheia, aproveita das enfermidades e comoções sociais para lucrar, há quem idolatra a mídia; caibamos respeitar escolhas.
Martinholh disse…
Como é possível que a "maior nação cristã" do planeta não entenda isso?

Simples: porque o último cristão, morreu na cruz." (morreu na Cruz para pagar os pecados igual a que este lixo da matéria em questão cometeu!)
Martinholh disse…
Antes de conhecer uma penitenciária ou preferir morrer, o melhor é não cometer crimes e ser uma pessoa de bem. Este "Suzy" está no lugar que está por opção.
beijos de luz disse…
espero que com a mesma aspereza tenha afirmado, assim, no caso do candidato à presidência da república que exaltou um estuprador e torturador de crianças e mulheres grávidas. obviamente você e seus pares não apoiariam um monstro como este.
Anônimo disse…
Inferno deve ter vivido os pais da criança violentada e morta! Se colocar no lugar do preso é lindo, quero ver viver o papel dos pais da vítima ou a própria vítima, será que ela sentiu dor? Será que os pais são menos humanos por desejar que quem violentou e matou seu filho apodreza solitário em uma cadeia????!
Eugenia disse…
Interessante texto porém não concordo com a conclusão do autor: “O que irritou as pessoas e preciptou a tempestade de bosta digital contra Dr. Drauzio e a TV Globo não foi o fato do médico ter abraçado o "monstro", mas o fato da reportagem ter despertado, em nós, empatia por esse "monstro".

Na minha opinião é o odio ao médico e a tv que é o fator determinante da reação dos bolsonaristas nesse caso, mas não porque o médico e a globo os colocou diante de um paradoxo de empatia pelo monstro.
Longe parecem estar os bolsonaristas de viverem esse paradoxo no caso Susy, pois o único monstro estuprador assassino com o qual se identificam é o coronel Ustra.
E se realmente lhes importasse a familia da vitima, (como no caso da mãe da vitima da Susy, para quem fizeram uma vaquinha e arrecaudaram 150.000), com o mesmo criterio se importariam com os familiares das vitimas do cnel Ustra.
Mas não. Na (i)lógica bolsonarista, (leia:hipocrisia), Susy é monstro mas Ustra é heroi do seu heroi. Os estupros e assassinatos realizados por, e a mando de Ustra não lhes causa nenhuma indignação nem espanto.
A ilógica bolsonarista se chama hipocrisia.
Portanto, se a globo mostrou algo que comoveu o país, havia que sair bolsonarista de todo lado para abafar isso. Mesmo que o que Ustra fez comoveu o mundo inteiro e eles não estao nem aí pra isso.
A briga dos bolsonaristas não é com o criminoso. É com a globo. É com a orientação sexual. E principalmente, é com a empatia. Algo desconhecido por eles.
Imagine se o odio ia deixar o amor dominar metade do país. Nunca. Havia que aparecer o ódio bolsonarista de todo lado, mesmo que dissimulado em vaquinha solidaria.
Unknown disse…
Perfeito seu comentário. Parabéns!
Anônimo disse…
Nunca li tanta bobagem na minha vida ����‍♀️ se comparando com um presidiário A"solidão dela, é também a minha solidão"
"Nesse ponto, Dr. Drauzio se mostrou bem maior do que já é."
O doutor se mostrou um defensor dos marginais e que se foda as vítimas bem isso mesmo ��������
Anônimo disse…
A matéria quiz enfocar a questão dos transgêneros, e, ingenuamente ou não, deu se enfoque ao abandono, como uma situação relacionada a discriminação pelo gênero, essa associação foi falha, pois como mídia sensacionalista, não trauxe os fatos na sua integralidade. Mas se a matéria era sobre tras, e relacionada a saúde, nao tinha sentido relacionar seu crime mesmo, ou tinha? Afinal, uma pessoa que comete essas atrocidades, no minimo necessitaria de uma investigação sobre saúde (biopsicosocial), e qual a história dessa pessoa, o que fizeram c esse criminoso qdo criança, enfim, complexo. É justificativas que buscamos?? P que? Poder solidarizar-se ou não? Na esfera judicial isso já ocorreu. Na comunitaria tbm. Na vida das vitimas tbm. Dr Drasio, no ato de um abraço, foi um ser humano movido c suas emoções, conceitoa e principios, c gesto do abraço! Cometeu um crime? Uma injustiça? Penso que nessa história o que mais fica evidente, é que vivemos numa sociedade que caminha cada vez mais para o extremismo alienado, pq varias questões humanas estavam em debate. Mas o foco ficou no julgamento de um abraço e, apartir disso no julgamneto individual/pessoal dos q se abraçaram....