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Em entrevista agora há pouco, o agora ex-ministro da Justiça Sérgio Moro deu sua versão sobre a saída do ministério.
Ele iniciou sua fala lamentando a necessidade da reunião, "ontem uma informação lamentável do número de mortos pela pandemia. Peço a compreensão de todos, mas não foi por minha opção".

Uma explanação
Moro disse que antes de assumir o cargo foi juiz federal por 23 anos atuando em diversos casos criminais relevantes. Em 2014, a operação Lava-Jato mudou o patamar de corrupção no país. Existe muito ainda a ser feito, mas aquela grande corrupção, esse cenário foi destruído, falou.

Bolsonaro: "Nunca pedi para blindar ninguém da minha família".

A magistratura
Abandonei 22 anos de magistratura, contribui para a presidência e pedi apenas como seria firme na criminalidade, se algo me acontecesse, que minha família não ficasse desamparada com uma pensão. "permito-me aqui dizer que o presidente concordou com todas os pedidos".

A preocupação 
Disse também que uma preocupação constante do agora ex-ministro era a interferência do Executivo nos trabalhos da investigação. Troca de diretor geral, superintendente, etc... "Foi garantida a autonomia nesses trabalhos", disse.

O elogio ao governo passado
Moro falou ainda que durante a LavaJato, "o governo da época tinha inúmeros defeitos como corrupção, mas foi fundamental a autonomia da Polícia Federal para executar esses trabalhos, garantindo que os resultados fossem alcançados".

A carta branca 
"Fui convidado a ser ministro, o que foi conversado foi o compromisso no combate à corrupção, crime organizado e criminalidade violenta, com carta branca para nomear todos assessores desses órgão. PF, PRF, etc..."
Sobre a condição de ir para ministro do STF, Moro disse que não foi verdade.

A revelação 
Moro fez uma declaração muito grave. Disse que o presidente Bolsonaro tem interesse pessoal em dois inquéritos que tramitam no STF. O das fake news e o de quem está financiando as movimentações anti-democráticas como a de domingo passado, quando o presidente se fez presente.
Também disse que Bolsonaro quer ter acesso a inquéritos da PF, investigações, etc. 

A interferência 
O ex-ministro disse que "a partir do segundo semestre do ano passado, o presidente insistia na troca do comando da PF". Falou que não indico diretores.
Essa interferência não aconteceu durante a Laja Jato, a despeito de toda a corrupção de governos anteriores.Mas o presidente insistiu na troca de outros superintendentes, como no RJ e em outras superintendências, inclusive Pernambuco, "sem que fosse me apresentado uma razão, uma causa que fosse aceitável".
Moro disse ao presidente que isso seria interferência política. E Bolsonaro respondeu "é interferência política mesmo".

A cordialidade 
"Tive divergências e convergências com o presidente. Recebi e dei apoio. Não posso aceitar essas modificações, tenho meu passado como juiz. Seria um tiro na LavaJato. Não me senti confortável e tenho que preservar minha biografia e compromisso que assumi com o próprio presidente de ser firme contra o crime organizado". 

O interesse do presidente 
Moro disse ainda que existem dois inquéritos no STF de interesse do presidente Bolsonaro. O das fake news e o de quem está financiando as movimentações anti-democráticas, como a de domingo passado quando o presidente se fez presente.

O futuro
Agradeço ao presidente a nomeação, estou sendo fiel a esse compromisso. No futuro, vou empacotar minhas coisas e encaminhar minha carta de demissão. Não tenho como ficar sem condições de trabalho e de preservar a autonomia da PF sendo forçado a assinar uma concordância de interferência na PF, com resultados imprevisíveis.
Sobre o futuro pessoal, Moro disse que  vai descansar um pouco, procurar um emprego. "Não enriqueci nem como magistrado, nem como ministro, e sempre vou estar à disposição do país a ajudar com outra atitudes, nesse momento de pandemia, sempre respeitando o mandamento do Ministério da Justiça de fazer a coisa certa, sempre. 

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