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A Polícia Federal (PF) afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, recorreu a um agente da Agência Brasileira de Informação (Abin) para interferir na área de inteligência de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Nomeado por Salles em agosto de 2020, o agente da Abin André Heleno Azevedo Silveira teria agido para “obstaculizar eventual investigação da Polícia Federal”.

As informações constam do pedido de autorização para medidas de busca e apreensão contra o ministro, que foi alvo de operação nesta quarta-feira. A PF apontou também a “existência de grave esquema de facilitação ao contrabando de produtos florestais” envolvendo Salles e servidores públicos do ministério e do Ibama.

Em foco: pela manhã, Salles foi até a Superintendência da PF em Brasília em busca de informações, mas ouviu que apenas o STF poderia lhe conceder acesso aos autos. Depois, se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro. O ministro da Justiça, Anderson Torres, participou da conversa.

À imprensa, Salles disse que a ação da PF foi “exagerada” e “desnecessária” e que o ministro Alexandre de Moraes, que autorizou a operação, foi induzido ao “erro”.

Em paralelo: a operação foi realizada sem consulta prévia ao procurador-geral da República Augusto Aras, como é a praxe nos procedimentos do tipo. Alexandre de Moraes determinou que a Procuradoria-Geral da República fosse informada somente após o cumprimento das diligências. Nos bastidores, fontes apontam receio de que Aras vazasse informações e postergasse a investigação em andamento.

O Globo

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