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Há um ano, extremistas invadiam os prédios chantados na praça dos Três Poderes e provocavam destruição. Conquanto recuperados os edifícios públicos, ficou no ar o temor de que a democracia, ainda incipiente no Brasil, estivesse por um fio.

"Traidor da Constituição é traidor da Pátria."
Ulysses Guimarães,presidente da Assembleia Nacional Constituinte.


8 de janeiro de 2023, Dia da Infâmia. A invasão da Praça dos Três Poderes, em 2023, deixou uma indelével marca do potencial destrutivo do extremismo crescente enfrentado no Brasil nos últimos anos.

Como reiterado pela então presidente do STF, ministra Rosa Weber, para a manutenção da integridade democrática, a data deve ser lembrada sempre "para que nunca mais se repita".

Dia D
Eram duas da tarde de domingo quando os brasileiros, que se preparavam para o início de mais uma semana, foram surpreendidos com a notícia de uma invasão aos prédios das principais instituições nacionais em Brasília/DF.

Manifestantes que estavam há muitos dias acampados em frente ao QG do Exército, e outros que, provenientes dos quatro cantos do Brasil, juntaram-se a eles naquele dia, iniciaram uma caminhada em direção ao coração do Poder em Brasília.

Sob a concretude da Esplanada, e a conivência de alguns, irromperam as barricadas e foram participar do que chamavam no codinome do crime de "Festa da Selma".

A Praça em si, que é barreira geográfica, não foi limite suficiente. De fato, com o real objetivo de atingir o âmago republicano, ferindo a democracia, os prédios foram invadidos: o Congresso Nacional, o STF e o Palácio do Planalto.

O ataque só foi contido por volta de 18h30 daquele dia, com o acionamento da Força Nacional. Após a desocupação, os prédios foram interditados e periciados.

Entre os incontáveis prejuízos, notou-se que uma réplica da Constituição de 1988 fora furtada. Felizmente, o exemplar original manteve-se intacto, pois está em um museu do Tribunal, fora da área invadida.

Além da Constituição, a obra "Bandeira do Brasil", de Jorge Eduardo, foi encontrada boiando sobre a água que inundou todo o andar, após vândalos abrirem os hidrantes ali instalados. Outra obra depredada foi "As mulatas", de Di Cavalcanti, encontrada com sete rasgos, de diferentes tamanhos. Trata-se da principal peça do Salão Nobre do Palácio do Planalto, cujo valor estimado é de R$ 8 milhões.

Ainda, a escultura em bronze avaliada em R$ 250 mil, "O Flautista", de Bruno Giorgi, foi encontrada destruída. A Galeria dos ex-presidentes também foi arruinada, com todas as fotografias retiradas da parede, jogadas ao chão e quebradas.

O Relógio de Balthazar Martinot, presente da Corte Francesa para Dom João VI, datado do século XVII e de valor inestimável, foi reiteradamente lançado ao chão.

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